A litíase urinária é uma condição muito frequente na população, atingindo até 10% das pessoas. Os cálculos urinários formam-se, basicamente, por mecanismos que aumentam a concentração de sais na urina. Medidas como aumentar a ingestão de água, reduzir o consumo de sal e de proteínas ajudam a prevenir e reduzir a recorrência da formação de cálculos urinários. Nos pacientes com cálculos sintomáticos e de maior tamanho, existem diversas opções de tratamento, com indicações específicas e personalizadas, como litotripsia extracorpórea com ondas de choque, ureterorrenolitotripsia semi-rígida e flexível, nefrolitotripsia percutânea, cirurgias videolaparoscópicas e até cirurgias por via aberta.
O câncer de bexiga é a segunda neoplasia genito-urinária mais comum, atrás apenas do câncer de próstata. É mais frequente na quinta e sexta décadas de vida, com fatores de risco bem estabelecidos. O principal é o tabagismo, além de trabalhadores da indústria de tintas, solventes, carvão, metais, entre outros. Costuma apresentar-se inicialmente com sangramento urinário visível, em períodos intercalados, sem dor. A maioria dos casos é tratada com cirurgia através do canal da uretra, com retirada completa do tumor do interior da bexiga. Entretanto, alguns casos mais agressivos e avançados podem requerer retirada completa da bexiga (cistectomia radical) e reconstrução da via urinária.
O câncer de próstata é a segunda neoplasia mais frequente no homem, atrás apenas de tumores de pele. Tem incidência aumentada em indivíduos da raça negra, em pessoas com parentes de primeiro grau afetados e em homens com mais de 65 anos (60% dos casos). Pode apresentar-se como doença localizada, localmente avançada ou com metástase à distância. Cada fase tem seu tratamento específico, seja com cirurgia (prostatectomia radical), radioterapia, bloqueio hormonal, quimioterapia, entre outros.
O câncer de rim representa 2 a 3% dos tumores malignos em adultos, com uma incidência maior em homens do que nas mulheres. É mais comum entre os 50 e 70 anos de idade. Os fatores de risco incluem tabagismo, obesidade, dieta rica em gorduras e carne vermelha, história familiar positiva de tumor renal, algumas síndromes genéticas, entre outros. A grande maioria dos casos, atualmente, é descoberta de modo acidental, ou seja, quando o paciente realiza algum exame de imagem, seja ultrassonografia, tomografia computadorizada ou ressonância nuclear magnética do abdome por outros motivos e descobre o nódulo sólido no rim, sem nunca ter apresentado sintomas. Geralmente, são os casos de melhor prognóstico, com lesões menores confinadas ao rim. Quadros clínicos de massa palpável, perda de peso, dor nas costas ou nos flancos, sangramento na urina, anemia, fraqueza, entre outros, são menos vistos na atualidade, devido ao aumento de diagnósticos precoces incidentes. O tratamento curativo baseia-se principalmente na cirurgia, seja ela parcial (retirada da lesão com preservação do restante do rim) ou radical (retirada completa de todo o rim). Isso depende do tamanho e localização da lesão, em especial. As cirurgias minimamente invasivas (videolaparoscópica e com plataforma robótica) têm grande papel nesse tratamento. A taxa de cura pode ultrapassar 90%. Tumores muito grandes podem ainda necessitar de cirurgia aberta. Tumores muito avançados ou metastáticos podem ser controlados com imunoterapia e outras opções disponíveis.
O câncer de testículo é uma doença rara, corresponde a apenas 1-2% de todos os tumores. É a neoplasia mais comum em homens jovens (entre 15-35 anos), mas também pode manifestar-se em idade mais avançada. Apresenta elevadas taxas de cura, especialmente se o diagnóstico é precoce. Deve-se suspeitar de tumor testicular em casos de massas endurecidas de crescimento súbito e progressivo, bem como em nódulos vistos em exames de imagem. Boa parte dos casos apresenta resolução com a retirada do testículo pela região inguinal, para não violar a pele da bolsa testicular. Alguns pacientes podem necessitar de terapia complementar com quimioterapia e/ou radioterapia, também com altas taxas de cura.
A disfunção erétil é a incapacidade do homem de alcançar ou manter uma ereção adequada para uma relação sexual satisfatória. Esse problema se torna mais comum à medida que os homens envelhecem. Estudos mostram que por volta de 1 em cada 2 homens acima dos 50 anos de idade possui algum grau de disfunção erétil. Embora a doença se torne mais comum para os homens quanto mais velhos eles ficam, o envelhecimento não é a única causa, também estando associado a algumas condições médicas, como doenças cardíacas e diabetes. Estima-se que cerca 50% dos homens diabéticos têm algum grau de disfunção erétil. O tratamento para a disfunção erétil começa com os cuidados com o coração e saúde vascular. É importante destacar e apontar os ‘fatores de risco’ que podem ser alterados ou melhorados.
As doenças da genitália masculina costumam gerar grande ansiedade entre os pacientes, sejam essas doenças agudas ou crônicas. As afecções penianas que comumente necessitam de avaliação por um urologista são: fimose, curvatura congênita do pênis, hipospádias e lesões infecciosas ou inflamatórias, como úlceras penianas, verrugas genitais ou corrimento uretral. As doenças mais comuns que afetam o testículo e a bolsa testicular são: nódulos testiculares, cistos de testículo ou epidídimo, hidrocele, varicocele, e processos inflamatórios/infecciosos conhecidos como orquiepididimites. Os traumatismos da região genital também devem, idealmente, ser avaliados por urologista experiente nesses casos.
A hiperplasia prostática benigna é uma condição clínica muito frequente nos homens, especialmente na quinta e sexta décadas de vida. Caracteriza-se por crescimento benigno da próstata, que costuma causar sintomas urinários por compressão da uretra ou repercussão na bexiga. Os sintomas mais comuns são jato urinário fraco, força para iniciar a micção, acordar várias vezes para urinar durante a noite, sensação de mau esvaziamento da bexiga, gotejamento ao fim da urina, entre outros. Uma boa parte dos casos é tratada com medicações de uso contínuo para reduzir o volume da próstata, mas alguns pacientes podem ser candidatos à cirurgia.
HoLEP e BipoLEP no tratamento de HPB (Hiperplasia prostática benigna) – Saiba mais.
A incontinência urinária, ou perda involuntária de urina, pode acometer homens e mulheres em qualquer faixa etária. Nas crianças, é mais comum devido a malformações congênitas. Na população masculina, costuma ser mais frequente em portadores de doenças na próstata. Nas mulheres, ocorre mais após os 40 anos, seja por incontinência aos esforços devido à fraqueza crônica muscular da bacia (ao tossir ou espirrar, por exemplo), ou por incontinência com urgência urinária (quando a bexiga apresenta contrações involuntárias, com vontade súbita e incontrolável de urinar). Cada doença tem um tratamento específico e necessita de avaliação pormenorizada de um urologista.
A infertilidade conjugal é um problema relativamente frequente, atingindo até 15-20% dos casais, e por vezes causa ansiedade e estresse aos pacientes. O casal deve sempre ser avaliado em conjunto em situações de infertilidade, e cabe ao urologista avaliação rápida, objetiva e precisa do homem. O urologista deve diagnosticar as causas tratáveis (como varicocele, reversão de vasectomia, obstrução dos ductos ejaculatórios), diagnosticar causas genéticas e orientar o melhor método de reprodução assistida em casos idiopáticos, com impossibilidade de tratamento específico ou na falha deste. Deve-se manter estreito contato com a equipe de reprodução humana e fertilização assistida para potencializar os resultados.
A litíase urinária ou a conhecida pedra nos rins é um problema de saúde muito comum no nosso dia-dia. Afeta aproximadamente 10% da população mundial e é altamente recidivante, ou seja, a pessoa pode ter vários episódios de pedras no decorrer da vida. A pedra nos rins pode ser assintomática ou trazer alguns problemas como sangramento na urina, infecção urinária ou dano à função dos rins. A cólica renal é um quadro de dor intensa decorrente da pedra obstruir o fluxo de urina vindo do rim em direção a bexiga. Esta situação leva a uma dilatação e aumento de pressão no rim, causando dor forte na região lombar (nas costas). Podem surgir devido a erros na alimentação, como pouca hidratação (beber poucos líquidos), excesso de proteína e sal na dieta. O indivíduo pode ter alterações anatômicas nas vias urinárias e/ou distúrbios em seu metabolismo no sangue e urina que deixam a urina propensa ao surgimento de pedras. Além disso, a obesidade e antecedentes familiares de pedras aumentam a chance de surgimento da doença. Por se tratar de uma doença recidivante, é sugerido que todo paciente que tenha pedras deve ser submetido à exames de urina e sangue para analisar seu perfil metabólico e realizar algumas correções com o uso de medicamentos. Além disso, é necessário seguir uma alimentação com pouco sal, pouca proteína animal (carnes) e aumentar a hidratação para mais de 2,5 litros/ dia. O objetivo de seguir estas orientações, é diminuir a chance de ter pedras novamente. A orientação aos pacientes portadores desse problema é que procurem um urologista para realizar tal investigação e exames radiológicos para avaliar a situação atual e orientar tratamento, que vai depender de uma série de fatores.
Fonte: Sociedade Brasileira de Urologia (SBU)
As glândulas adrenais, ou suprarrenais, como o próprio nome diz, são estruturas localizadas acima dos rins. São de extrema importância no metabolismo corporal, relacionadas à produção de hormônios para manutenção da pressão arterial sanguínea, produção de hormônios sexuais e de corticóides pelo organismo. Os tumores nas glândulas podem ser benignos ou malignos. Fatores como tamanho da lesão (vista em exames de imagem) e quais substâncias em excesso estão sendo produzidas pelo corpo são importantes para decisão cirúrgica. Atualmente, a cirurgia é realizada, em boa parte dos casos, por videolaparoscopia pura ou combinada com plataforma robótica, sendo menos invasiva, permitindo recuperação mais rápida do paciente e alta precoce.
Prostatite é uma doença inflamatória da próstata que afeta homens adultos e, mais raramente, meninos pré-adolescentes. Existem diferentes tipos de prostatite e ela pode apresentar diferentes conjuntos de sintomas, cada um com causas, manifestações e sequelas próprias. Na prostatite bacteriana aguda, os sintomas são febre alta e repentina, mal-estar geral, calafrios, dores nas costas, nos músculos, nas articulações e no períneo; há dor ao urinar, necessidade de urinar mais vezes durante o dia e durante a noite e urgência miccional (vontade de urinar difícil de segurar). Há também uma dificuldade em esvaziar completamente a bexiga. A prostatite bacteriana aguda pode, eventualmente, levar à formação de abscesso prostático. A maioria dos casos de abscesso prostático ocorre em homens na faixa dos 50 a 70 anos. Uma vez que o abscesso é diagnosticado, o tratamento consiste em antibióticos e em drenagem adequada do abscesso. A maioria dos abscessos prostáticos é curada sem recorrências ou sequelas graves quando o diagnóstico e o tratamento são adequados. Na prostatite bacteriana crônica, os sintomas são parecidos, mas, sem febre. Ocorre dor ao urinar, necessidade de urinar mais vezes, principalmente à noite; os pacientes sentem dores nas costas (regiões baixas), no períneo e nos genitais. Podem ocorrer dores após a ejaculação e saída de sangue no esperma. Na prostatite não bacteriana e na prostatodinia, os sintomas mais comuns são: dor ao urinar, dificuldade em esvaziar a bexiga, urgência miccional, aumento da necessidade de urinar (de dia e à noite) dor no púbis, no escroto, nas costas e na extremidade da uretra (orifício por onde sai a urina), jato urinário mais fraco e dificuldade em manter o jato contínuo. O tratamento varia de acordo com o tipo de prostatite.
Fonte: Sociedade Brasileira de Urologia (SBU)