Um paciente de 88 anos, com algumas comorbidades como Hipertensão Arterial Sistêmica e Diabetes Mellitus, teve uma internação recente, há menos de seis meses por conta de uma pneumonia, e condições que podem trazer maiores complicações para o caso. Com o diagnóstico de HPB, com a próstata de grande volume (136g), agendou uma consulta para ter uma segunda opinião.

O crescimento prostático benigno acomete a região interna da próstata e começa a gerar sintomas no paciente, como jato urinário fraco, esforço para urinar, gotejamento no final da urina, sensação de não esvaziar bem a bexiga, vai muito ao banheiro, e eventualmente pode apresentar urgência para poder urinar, atrapalhando as suas atividades do dia a dia. Em casos avançados, na qual a bexiga já está bem descompensada, o paciente pode apresentar incontinência urinária.

No consultório, todas as vezes que avaliamos esse tipo de caso, consideramos clinicamente os sintomas do paciente, e analisamos os exames de imagem para definir qual será a abordagem: medicamentosa ou cirúrgica.

Reavaliamos a indicação de cirurgia desse paciente por ele apresentar um quadro funcional, pois ele está pouco sintomático.
 
Possui um bom jato de urina;
Acorda apenas uma vez na noite para urinar;
Esvazia muito bem a bexiga;
É totalmente lúcido e entende o seu quadro.

Apesar do seu volume prostático impactante, o paciente está compensado do ponto de vista urinário. Iniciamos um medicamento para a próstata que irá atuar no relaxamento da saída da bexiga, para melhorar ainda mais o jato de urina. Por esses motivos, não indicamos o tratamento cirúrgico neste momento, pois a avaliação global do quadro embasa tal decisão, considerando o estado do paciente, idade avançada e risco cirúrgico. Seguiremos com acompanhamento clínico e medicamentoso.

Vale ressaltar que só o volume da próstata em si não é um indicativo de procedimento cirúrgico.